No último dia 23 de setembro, foi realizada em Nova York a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, cuja meta é discutir soluções para o alcance da fome zero até 2030 e a adoção de dietas saudáveis dentro de um sistema alimentar sustentável.
No contexto de pandemia de Covid-19, a escassez e a desigualdade de acesso aos alimentos foram o foco das discussões que reuniram representantes de países que integram a ONU, associações de consumidores, acadêmicos, ambientalistas, agricultores, entre outros…
Assim, surge a pressão por mais alimentos devido ao crescimento populacional e aos atuais hábitos de consumo, que apresentam um custo ambiental. Muitos defendem que a expansão agrícola é a via mais simples para solucionar esse problema. Porém, colocar em risco o meio ambiente para aumentar a produção alimentícia em escala global também não é a solução, de modo que com o desmatamento, outros problemas são desencadeados, impactando diretamente populações, biodiversidade, fluxos hídricos, clima, e outros aspectos.
Realizada em formato virtual, mais de 85 chefes de Estado e de Governo participaram da cúpula, que foi alvo de várias críticas internacionais. Uma das críticas diz respeito a falta de priorização de aspectos importantes, como o combate aos alimentos ultraprocessados (que possui um lobby trilionário em todo o mundo), assim como a necessidade de se fortalecer a agricultura camponesa em detrimento do agronegócio extensivo, e o combate a desigualdade de acesso à alimentação.
De acordo com relatório da ONU, atualmente 811 milhões de pessoas não têm acesso a alimentação saudável no mundo. O evento tem sido marcado por uma série de controvérsias e denúncias de que estaria favorecendo interesses corporativos, em especial desde que foi anunciada a parceria com o Fórum Econômico Mundial, organização do setor privado que representa empresas multinacionais.